quinta-feira, 26 de maio de 2011

Comece a reciclar

Novos números sobre reciclagem no Brasil mostram que o país reaproveita apenas 11% de tudo o que joga na lata de lixo - cinco vezes menos do que nos países desenvolvidos.


De acordo com os dados reunidos pelo Cempre, uma entidade especializada no assunto, o Brasil está melhor nesse indicador, mas mesmo assim são apenas 327 os municípios no país que dispõem de algum sistema público de coleta seletiva, 6% do total.O trabalho revela também que os índices brasileiros de reciclagem variam muito de acordo com o material em questão. Enquanto o país é o campeão mundial no reaproveitamento de garrafas PET e latas de alumínio, plásticos e latas de aço têm como destino preferencial os "lixões" a céu aberto.

A razão: esse é um setor ainda dado a improvisos, como cooperativas que marcam hora para buscar o lixo, mas não aparecem ou firmas especializadas que só enviam às empresas recicladoras uma parte dos detritos - o resto vai parar num lixo comum.

Especialistas ouvidos por VEJA jogam luz nesses e noutros obstáculos à vista para quem quer reciclar, mas são contundentes em relação à necessidade de começar já. Os benefícios ao meio ambiente são mensuráveis, como mostram os dados a seguir.

O QUE AINDA NÃO PEGOU:
A reciclagem dos três itens abaixo patina em índices ainda baixos no Brasil, de não mais do que 30% do que vai para o lixo. Os especialistas explicam por quê.

PLÁSTICO
Por que se recicla pouco: a maioria das pessoas não reconhece como plástico as resinas mais maleáveis, como as das sacolas de supermercado. Por isso elas acabam no lixo comum.

Benefícios ambientais: a versão reciclada consome apenas 10% do petróleo exigido na produção do plástico virgem.

LATAS DE AÇO
Por que se recicla pouco: pesquisas mostram que há resistência das pessoas em guardar essas latas no lixo de casa. Diz-se delas que são "volumosas" e "difíceis de amassar".

Benefícios ambientais: cada tonelada de aço reciclado preserva 110 mil toneladas de minério de ferro.

CAIXAS LONGA - VIDA
Por que se recicla pouco: novas tecnologias já permitem separar as seis camadas que compõem a embalagem, mas, como é coisa recente, quase ninguém no Brasil o faz.

Benefícios ambientais: em 2006, com a reciclagem de 30 mil toneladas de papel provenientes dessas caixas, foram poupadas 600 mil árvores de áreas reflorestadas.

O LIXO E SEUS OBSTÁCULOS:
Além de postos de coleta em praças e supermercados, há três opções para ter o lixo recolhido em casa, todas gratuitas. Veja o que os especialistas apontam como as causas mais comuns para que o lixo coletado por meio dessas opções não chegue às indústrias especializadas em reciclagem.

Coleta seletiva Municipal:
Como funciona: é a prefeitura que recolhe o lixo para ser reciclado - a regularidade da coleta varia de uma cidade para outra

Obstáculos: só 6% dos municípios dispõem do serviço, e na maioria das vezes ele cobre apenas uma parte das residências.

Coleta por cooperativas de catadores:
Como funciona: é preciso contatar uma de varias cooperativas - listadas no site www.cempre.org.br (algumas delas não recolhem o lixo em casa)

Obstáculos: esse é um meio em que persiste a informalidade às vezes, as cooperativas agendam visitas para recolher o lixo e não aparecem.

Coleta por empresas particulares:
Como funciona: é preciso acionar uma dessas empresas especializadas por telefone - uma delas também aparece no site www.cempre.org.br - e esperar que ela recolha o lixo na data combinada

Obstáculos: as empresas costumam exigir uma quantidade mínima de lixo para prestar serviço e muitas vezes despacham para sanitários os materiais que valem pouco no mercado de reciclagem, como isopor e caixas longa - vida.

Em todos os casos, cada material é enviado à respectiva indústria recicladora.

Fonte:[planetasustentavel.abril.com.br]

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